Câmara e Iluminação

Objectivos Gerais


Os alunos deverão ser capazes de:

1. Redescobrir o Argumento na óptica da Fotografia.
2. Gerar as condições necessárias à criação do ambiente
e atmosfera do filme em concordância com as indicações
do Realizador.
3. Compreender a “imagem fotográfica” nas vertentes implicadas (Câmara e iluminação), quer
da imagem fixa quer da imagem em movimento,
em suporte analógico e digital.
4. Conhecer e manusear correctamente os equipamentos, respeitando procedimentos e normas de segurança.
5. Conhecer e aplicar a terminologia básica especifica
da área.
6. Conseguir, relacionar e aplicar, conceitos teóricos fotográficos em situações concretas da prática de registo
de imagem em movimento.



Objectivos Específicos

Capacitar o aluno com competências que lhe permitam:

1. Aplicar as competências técnicas adquiridas na criação
de trabalhos específicos realizados no contexto da disciplina; trabalhos de índole reflexiva e individual que visam,
ao mesmo tempo, a investigação e consolidação de conceitos, assim como a criação temática/artística
do aluno; e também a análise constante de exemplos
da aplicação de conceitos próprios ou problemáticas ligadas aos conteúdos leccionados.
2. Obter competências na área da mecânica da iluminação (modulação de luz), e na criação da “imagem fotográfica” que respeite as orientações e objectivos do projecto.
3. Fomentar um olhar crítico fundamentado – técnico
e estético – especifico da área, através da análise constante de obras audiovisuais de referência.
4. Desenvolver um discurso imagético próprio
e fundamentado, quer prático quer teórico, que conduza
à posterior criação nesta área.
5. Dominar e resolver problemas relacionados com meios técnicos e procedimentos de trabalho próprios da área.



BIBLIOGRAFIA

De referência
ALEKAN, Henry, Des Lumieres et des Ombres – Editions du Collectionneur. Paris, 1996
ALTON, John, Painting with light. Berkeley: University
of California Press, 1996
BORDWELL, David, On the history of film style. Cambridge: Harvard University Press, 1997
BOX, Harry, Set Lighting Technician’s Handbook: film lighting equipment, practice and distribution. Boston: Focal Press, 2002
BROWN, Blain, Cinematography, theory and practice: image making for cinematographers, directors and videographers. Boston: Focal Press, 2002
BROWN, Blain, Motion Picture and Video Lighting. Focal Press, Boston, 2008
BURUM, Stephen H., The ASC Film Manual. Ninth Edition, ASC Holding Corp, 2007
BURUM, Stephen H., Selected Tables, Charts and Formulas for the Student Cinematographer from the American Cinematographer Manual. Second Edition, ASC Holding Corp, 2011
CARLSON, Verne and Sylvia, Professional Lighting Handbook. Focal Press, Boston, 1985
CARTIER-BRESSON, Henri, Henri Cartier-Bresson: the image and the world. Londres, Thames & Husdon, 2003
DELEUZE, Gilles, Cinéma 1: l’image-mouvement. Paris: Minuit (trad. Portuguesa, Lisboa: Assírio & Alvim, 2005).
ETTEDGUI, Peter, Cinematography Screencraft. Hove, Rotovision, 1998
FAUER, John, Cinematographer Style - The Complete Interviews. Volume I, American Cinematographer, 2008
FAUER, John, Cinematographer Style - The Complete Interviews. Volume II, American Cinematographer, 2009
FREEMAN, Michael, Collins Photography Workshop - Light. Collins, 1988
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GROTTICELLI, Michael, American Cinematographer Video Manual. Los Angeles: American Cinematographer.
HULLFISH, Steve, FOWLER, Jaime, Color Correction for Digital Video: Using Desktop Tools to Perfect Your Image. Londres, R & D, 2002
JACKMAN, John, Lighting for Digital Video & Television, DV Expert Series, CMP Books, 2002
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LOWELL, Ross, Matters of Light and Depth. Nova Iorque: Loweel-Light Manufacturing, 2002
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MILLERSON, Gerald, Méthode d’éclairage pour le fim et la T.V.. Editions Dujarric, Paris, 1990
S.A., KODAK, Kodak Professional Photoguide (Sixth Edition, Refª R28). Rochester, New York: Kodak Books, 1998
STORARO, Vittorio, Storaro: Writing With Light Trilogy, with bonus DVD. Aperture, 2004
VIERA, Dave, Lighting for Film & Electronic Cinematography. Wadsworth Publishing Company, California, 1993


Complementar
BOX, Harry C., The Gaffer’s HandBook. Focal Press, London, 1999
DUBOVITZ, Peter; Maasz Matthias (Coord.), Making Pictures: A Century of European Cinematography. Abrams, 2003
ETTEDGUI, Peter (Org. por), Cinemathography Screencraft. Focal Press, 1998
LANGFORD, Michael, Tratado de Fotografia. Dinalivro, Lisboa, 2000
OMENS, Woody (org. por), Exploring the Color Image. Eastman Kodak Company, Rochester,New York, 1996
SAMUELSON, David, ‘Hands-on’ Manual for Cinemathographers. Focal Press, London, 1990
SILVA, Luís, Conceitos Básicos de Iluminação. Lisboa, Edições Universitárias Lusófonas, 2004
VILLAIN, Dominique, L’Oeil à la Camera, le cadrage au cinéma. Paris: Cahiers du Cinema, 1992

Exercício 1. (entrega na aula 2)


Imitation is not just the sincerest form of flattery - it's the sincerest form of learning.

1. Assente na citação de George Bernard Shaw, recrie uma das pinturas que foram mostradas em aula tendo em conta:

a) A composição
b) A luz
c) A cor
d) O resultado final deverá ser expresso através de um único Plano com a duração máxima de 30 segundos.

2. Execução da planificação do exercício 2


Exercício 2. (execução e entrega na aula 3)

“Good composition is the arrangement of pictorial elements to form a unified harmonious whole.” Beauty is in the eye of the beholder. However, when you are telling stories for an audience you are not the beholder, they are (…) Make sure you are making images that look good to your audience, and above all else, serve the story” – Joseph V. Mascelli

Tendo como ponto de partida a afirmação de Mascelli, produza um filme onde a personagem principal é a cidade de Abrantes. O resultado final deve respeitar as seguintes condições:

1. Ser de cariz realista/documental
2. Ter a duração de 5 minutos
3. Ser construído unicamente com recurso ao Plano fixo

Debruce especial atenção:

1. À composição
2. À harmonia dos elementos dentro do quadro
3. À forma como os Planos fotografados servem para contar a história
4. À forma como os Planos funcionam entre si na Montagem


Exercício 3. (execução e entrega na aula 6)

“You don't take a photograph, you make it.” – Ansel Adams

Talvez nenhuma outra citação do reconhecido fotografo será capaz de comunicar de forma tão clara o propósito de um dos seus maiores contributos para a técnica do registo da imagem: O sistema de Zonas.

Com base na descoberta de Adams registe dois Planos-sequência (cada um deles com uma breve ação de uma mesma personagem), sabendo que:

1. O primeiro Plano deverá ser registado num Interior com janela/porta aberta para o Exterior. No início do Plano a janela/Porta deverá estar de frente para a câmara e o personagem entre a câmara e a janela/porta. O personagem terá de se deslocar de uma zona de sombra e terminar a sua ação na janela/porta, ou vice-versa.
2. O segundo Plano deverá ser registado num Exterior onde a personagem se desloca a partir de um local à sombra e termina a sua ação sob a luz direta do sol, ou vice-versa.

a) Neste exercício deverá aplicar a teoria do sistema de zonas no sentido de fazer recair (com o auxilio do equipamento necessário), cada tom da imagem no valor que considerar correto.
b) O exercício deverá ser acompanhado por um relatório escrito que explicite todo o raciocínio efetuado no decorrer da rodagem.


Exercício 4. (entrega de repérages/execução e entrega do plano de chão/Storyboard na aula 7. Execução na aula 8)

Cada grupo de 3 alunos deve eleger uma temática e uma personagem que a suporte. O grupo deve realizar depois uma entrevista com uma duração máxima de 5 minutos onde essa temática consiga ficar expressa de forma fechada, ou seja, com início, meio e fim.
Em todos os planos deverão ficar expressos óbvios indicadores da aquisição dos mais importantes conceitos teórico-práticos abordados nas aulas, nomeadamente:

1. Avaliação da exposição
2. Controlo da Profundidade de Campo; da Profundidade de Foco e Distancia Hiperfocal
3. Controlo da Gama Dinâmica da imagem registada
4. Controlo da luz no que respeita à sua qualidade, direcção e natureza
5. Controlo da temperatura de cor
6. Domínio no âmbito da composição, ou arte de enquadrar
7. Domínio no âmbito da relação entre luz e dramaturgia
8. Domínio no âmbito da pós-produção da imagem (Étalonnage)


Exercício 5. (entrega na última aula do semestre)

“I have been frequently accused of deliberately twisting subject matter to my point of view. Above all (…) it is important to see what is invisible to others” – Robert Frank

Se analisarmos convenientemente as obras de muitos dos mais proeminentes autores constatamos, com facilidade, que o seu trabalho é perfeitamente identificável. Desde a pintura de Picasso às esculturas de Henry Moore, passando pelas fotografias do casal Becher e os filmes de Ingmar Bergman.
O que nos faz, afinal, ter uma percepção tão definida da obra de um autor?
- Um dos factores é, com certeza, um forte ponto de vista! Todos eles souberam exteriorizar, de uma forma que lhes é única, o modo como viram o que para os outros era invisível.
Com esse pressuposto em mente, realize uma curta-metragem documental com as seguintes características:

1. Tempo obrigatório de cinco (5) minutos exceptuando genérico e créditos (quando estes não correm em simultâneo com a imagem). O tempo do projecto deve ser cumprido com rigor
2. Este é um exercício narrativo. Espera-se pois que o discente seja capaz de encerrar em cinco minutos uma história fechada, ou seja, com exposição, enredo e desenlace
3. Deverá demonstrar um forte ponto de vista sobre o motivo selecionado
4. Terá que patentear a apreensão de todos os conteúdos leccionados e...
5. Demostrar de forma evidente uma preocupação com a composição da imagem e seu controlo técnico


Critérios de Avaliação (Época Normal)

a) Assiduidade – 7%
b) Participação – 8%
c) Realização de 4 exercícios técnicos propostos no decurso das aulas práticas, onde se pretende que o aluno ilustre a aquisição dos conceitos desenvolvidos nas aulas teóricas:

Ex. 1 – 10%
Ex. 2 – 12%
Ex. 3 – 15%
Ex. 4 – 18%

d) Realização de um projecto final, de produção autónoma e inteira autoria do aluno no que respeita à adequação artística, ao resultado estético da imagem e onde seja evidente a apreensão dos conteúdos leccionados – 30%

NOTA 1: O calendário de entrega de cada um dos exercícios executados em tempo de aula será enunciado na primeira aula. Não serão aceites exercícios que não cumpram o calendário pré-definido.

NOTA 2: Não serão contabilizados critérios de assiduidade e participação no caso de alunos Trabalhadores-Estudantes legalmente reconhecidos. A esses aplicam-se, sobre os exercícios técnicos, os seguintes parciais:

Ex. 1 – 12%
Ex. 2 – 15%
Ex. 3 – 18%
Ex. 4 – 25%
Ex. 5 – 30%


Critérios de Avaliação (Exame/Recurso ou Época Especial)

a) Exame com incidência na matéria teórica leccionada durante o período de aulas – 60%
b) Apresentação obrigatória de todos os exercícios pedidos no decurso da Avaliação em Época Normal:

Ex. 1 – 3%
Ex. 2 – 5%
Ex. 3 – 8%
Ex. 4 – 10%
Ex. 5 – 14%